Sentia-me
em coma. Em alguns momentos ouvia vozes, em outros sentia o cheiro e
até a brisa sobre meu rosto. A sensação era de resquícios como se tudo
estivesse longe, semelhante a luz da estrela que percorre o universo e
que já não existe mais. O desafio era saber onde começava e terminava a
realidade. A felicidade não passava de uma contradição, onde o mais
perto que se podia chegar dela era a morte. A simples morte, sem
especulação nenhuma, apenas o fim. Afinal, o que mais se assemelha a
morte é a solidão e essa já se tornara uma antiga companhia de viagem.
Que sentido faz o orgânico sem o emocional e a existência sem "o outro"?
Mas toda tentativa de submergir era ineficaz, dissipando toda energia
no caos. Assim, sem vias para chegar a ordem, tornou-se inviável "o
encontro".
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